segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Heráldica


Exemplo de brasões.
A heráldica refere-se simultaneamente à ciência e à arte de descrever os brasões de armas ou escudos. As origens da heráldica remontam aos tempos em que era imperativo distinguir os participantes das batalhas e dos torneios, assim como descrever os serviços por eles prestados e que eram pintados nos seus escudos. No entanto, é importante notar que um brasão de armas é definido não visualmente, mas antes pela sua descrição escrita, a qual é dada numa linguagem própria – a linguagem heráldica.
Ao acto de desenhar um brasão dá-se o nome de brasonar. Para termos a certeza de que os heraldistas, após a leitura das descrições, estão a brasonar correctamente, criando brasões precisos e semelhantes entre si, a arte de brasonar segue uma série de regras mais ou menos estritas.
A primeira coisa que é descrita num escudo é o esmalte (cor) do campo (fundo); seguem-se a posição e esmaltes das diferentes cargas (objectos) existentes no escudo. Estas cargas são descritas de cima para baixo, e da direita (dextra) para a esquerda (sinistra). Na verdade, a dextra (do latim dextra, -æ, «direita») refere-se ao lado esquerdo do escudo, e a sinistra (do latim sinistra, -æ, «esquerda») ao lado direito, tal como este é visto pelo observador. A razão porque isto sucede prende-se com o facto de a descrição se referir ao ponto de vista do portador do escudo, e não do seu observador.
Embora a palavra escudo seja comumente utilizada para se referir ao brasão de armas no seu todo, na realidade, o escudo é apenas um dos elementos que compõem um brasão de armas. Numa descrição completa, o escudo pode ser acompanhado por outros elementos, como suportes, coronéis, listéis com motes (ou lemas).
No entanto, muitos escudos apresentam por vezes duas formas distintas: uma complexa, e outra simplificada, reduzida ao escudo propriamente dito (o que sucede por vezes quando há pouco espaço para inserir o brasão de armas maior). Inúmeros países apresentam assim as chamadas armas maiores e armas menores (veja-se o caso de Portugal).
Regras de heráldica
Em geral (mas nem sempre) o escudo tem o formato de um cálice, cuja proporção é de sete unidades de largura para oito de altura. Outras formas possíveis são a cabeça de cavalo, o luzeiro (escudo em formato de estrela, caso das armas nacionais do Brasil) e os escudos ovais.
Os escudos podem ser de oito cores, duas delas chamadas de metais (branco, chamado "prata", e amarelo, chamado "ouro"), e as demais chamadas de esmaltes, a saber: azul, chamado "blau"; vermelho, chamado "goles", verde, chamado "sinopla"; magenta, chamado "púrpura"; bege, chamado "carnação" e o preto, chamado "sable". Como regra geral não se sobrepõem metais a metais, nem esmaltes a esmaltes. Quando a sobreposição é necessária, diz-se que as cores são "cosidas" (ex.: escudo de ouro com uma cruz cosida de prata).
Outro tipo de elemento utilizado na heráldica são as peles, que podem ser os arminhos, representado por várias mosquetas pretas em fundo branco, e os veiros, representados por vários heptágonos alternados em azul e branco. As peles podem se sobrepor a qualquer esmalte ou metal. Essas peles podem apresentar variações, como os "contra-veiros" e os "arminhos-d'ouro".
O escudo pode ter várias partições:
Cortado (dividido na horizontal)
Partido (dividido na vertical)
Talhado (dividido diagonalmente a partir do canto direito)
Fendido (dividido diagonalmente a partir do canto esquerdo)
Esquartelado (cortado e partido)
Franchado (fendido e talhado)
Gironado (esquartelado e franchado)
Terciado (dividido em três partes). Pode ser:
Em pala (três partes verticais)
Em faixa (três partes horizontais)
Em banda (três partes, a do meio diagonal a partir do canto esquerdo)
Em barra (três partes, a do meio diagonal a partir do canto direito)
Um elemento heráldico não pode ocupar duas partições simultaneamente.
O listel, que contém o mote, geralmente é escrito em latim e, caso haja necessidade de colocar números, deve ser sempre em algarismos arábicos.
Na parte superior pode existir um elmo, podendo ou não conter paquifes (feixe de plumas coloridas). Tudo o que se coloca acima do elmo é chamado de timbre. Aos elementos colocados lateralmente ao escudo dá-se o nome de suportes. Certos brasões de nobreza, como os de reis, imperadores, príncipes e duques trazem como timbre sempre uma coroa acima do elmo, que pode assumir diferentes formatos de acordo com o grau do título de nobreza. Os brasões papais dispensam o elmo e usam como timbre a tiara papal, à exceção do brasão de Bento XVI que decidiu substituí-la por uma mitra de três faixas unidas pelo centro.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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